terça-feira, 7 de setembro de 2010

Cidade mascarada

Não me olhe com desprezo
Pois, o seu desprezo me fortalece
Se não faço parte do postal
Porque ainda insistem em me deixar as margens?

Se Del Prata sai na foto, mesmo sendo poluído
Por qual motivo me exclui da foto?
Vem de lá e longe decidir quem vivi quem morre?
Quem lhe deu tal poder?
Sou fruto do seu turismo,
Sou fruto do terrorismo;
Sou fruto do seu consumo;
Sou fruto da falta;
Sou fruto desta terra,
Sou terra deste fruto.
Que com os pés sujos, ousa pisar.
Tire o tênis,
Pois o solo que pisa é sagrada.
Aqui mesmo onde come seu Big Mac, e olha com desprezo para as minhas esticadas implorando um peso, morreu;
Joaquim;
Isabel;
Flores;
Gomes;
Morreu de frio;
Morreu de fome;
Morreu sem sorte.
Coberto de papelão, tentando cobrir a imperfeição.
Não me olhe assim com desprezo, pois hoje nesta manha não preciso dele,
Preciso de amor.

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