terça-feira, 10 de abril de 2012

नोवोस तेक्स्तोस

Pedaços

Cortei em pedaços pequenos o pedaço de papel, e após observá-lo por um tempo conclui: este sou eu.


Sou de varias formas, e de mil maneiras.

Retangular, redondo as vezes quadrado.

Sou concreto, sou abstrato.


Uma incógnita, um colapso.

Sou teimoso, como o pedacinho que não sai do chão.

Destemido, flutuante como no vento, com os seus gemidos.


Sou seco, e eficaz.

Sujo e limpo.

Sou resma em pedaços das poesias e seus anais.


Cortei em pedaços pequenos o pedaço de papel, e esparramei pela casa toda, após um tempo comecei a recolher e conclui: eis eu ali.


Jogado pelos vários cantos.

Esparramado em varias direções.

Era eu ali perdido, partido, ferido.


Em mil pedaços, de mil maneiras.

Fui para fogueira, e o fogo me consumiu.

Mas aquecido morri.


Pois cada partícula era eu, não querendo me juntar, ser um todo, ser único, ter personalidade.

Enfim, me resumi nas partes tristes de minha historia para não contemplar a folha toda de almaço.



Presente.


As vezes olho o presente...

E nem sempre este presente me agrada, talvez ainda esteja preso pelos”eus” orgulhosos, então, percebo que tudo não passa de uma passagem.


As vezes eu olho para o presente...

e não sinto que é um presente vindo de Deus, ainda a ingratidão se apossa de mim de forma fugaz, no fim acredito não ter direito de gritar.

Mas se é presente, porque retrair minhas emoções?


Sinto medo...

Medo de olhar para traz e notar o que não fiz, medo de me culpar e não me achar no direito de ser feliz. Sinto medo.


Olho agora para o presente.

Sou como uma criança que não sabe bem lidar com os presentes novos, quero logo desmontar e ver o que tem dentro deles, mas o problema acontece no presente que toda vez não sei encaixar as peças deste presente que acabei de desmontar.


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