terça-feira, 13 de setembro de 2011

A múmia

Ressoaram os gritos da puritana enfeitada
No seu desencanto estava de canto, próximo a janela de madeira.
Punha-se a chorar pelo seu nobre que decidiu pelo clero e pela a Igreja seu amar.

Congelante estava seu olhar
Se, pois a mirar a estrada da finitude.
E levemente escorria sua lagrima servindo-lhe de laque rosado.

A despedida forçada lhe fez se despir de seu bocado do bom-bocado.
Não pronunciou nenhuma palavra
Não pode se refazer
E ali ficou até o entardecer.

Passaram mil anos, e ainda estava a beira da janela de madeira
A rua de terra agora estava vestida de asfalto
E só ficou a casa velha em meio os prédios modernos
Seu vestido era trapo, seu olhar ficou fraco.

Não havia brilho no seu olhar
Mas parada, ainda estava lá.
Somente com sua pele à sustentar, ainda estava lá.
Mumificada pela falta de amor
Mumificada pela covardia de se refazer.

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